Levantem os copos, por favor, vamos brindar.
Brindar, antes de mais nada, à vida. Ou melhor, ao porre que é viver hoje em dia. Um cotidiano que nos força a ser workholic, triatleta, PhD, filho, irmão, amigo, namorado e um emaranhado de sentimentos e vontades reprimidos pela bosta deste paradigma.
E por falar em sentimentos, mais um brinde aos sentimentos artificiais. À iFELICIDADE, com 180 gigas de um espaço que ninguém vê para preenchermos nosso vazio com lapsos consumistas. Isso, tin-tin pra ela.
Vamos brindar também aos anestésicos sensoriais que distorcem nossa realidade e tornam tudo um pouquinho mais suportável. Um brinde à cachaça, um brinde ao cigarro e um brinde aos seus irmãos renegados que não geram impostos, mas sobram em propina por aí.
À falsidade, à covardia e a tudo aquilo de ruim que somos e fazemos questão de não mudar. Acomodados, um brinde a nós.
E, por fim, vamos brindar aos amigos. Talvez seja este o único motivo real para comemorar, o único pelo qual vale aguentar todo o resto.
Saúde.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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