trilha inicial: Immigrant Punk - Gogol Bordello
Foi simples e inesperado: passando pelo metrô, com vontade de tomar alguma coisa, parei na lanchonete e comprei uma coca. Dei um nota de R$ 10 e a garçonete devolveu um balaio de moedas.
Com falta de espaço na carteira, já imaginava doar aquele desfalque do dízimo prum mendigão da Luz quando avistei a lotérica. E sem fila! "Joga tudo pra mim no vermelho e nos pares!"
Passa uma semana, passa duas, passa três: vi os bilhetes na minha carteira. Fui conferir. No começo, não acreditei: chamei o Fidel, faxineiro da agência, pra me ajudar. Era isso mesmo: R$ 30 milhões, eu era dono de uma porra de uma fortuna!
O primeiro mês passou suave: planos de viagens, eletroeletrônicos de última geração, um carro esporte classudo e um apê no Jardins.
O primeiro ano foi maravilhoso: Londres, Ibiza, Hawaii, Madri, La Paz, Fernando de Noronha.
Cinco anos depois, a decepção: perdi metade da grana pruma sirigaita golpista! Ela me deixou bêbado e disse que tinha feito laqueadura!!!
Depois de trinta anos bateu um desespero: impotente, minha única diversão era jogar golfe com meus falsos amigos do Lions. Lembro quando uma ninfetinha sorriu pra mim no cinema e eu cuspi minha dentadura nela sem querer.
Hoje, com meus 75 anos, a morte perfeita: fui pego em uma das minhas visitas vespertinas à Laís, a vizinha do sétimo, pelo seu marido. Levei três tiros pelas costas e cheguei no Albert Einstein sem entender como ela tinha feito tudo aquilo algemada.
trilha final: Filas longas, taxas altas - Hurtmold
3 comentários:
3 pelas costas é morte perfeita, né? sei.
Sempre levando por trás.
ahahah....os cara nao perdoa
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